Archive for the 'O SAL DA LÍNGUA SUGERE' Category

06
Jan
21

O Sal da Língua sugere… Poesia em Eugénio

“A Fundação INATEL apresenta o espetáculo POESIA EM EUGÉNIO, dia 16 de janeiro 2021, sábado, no Fundão, Auditório A Moagem. O Espetáculo tem duas sessões, às 16h e às 21h, de entrada livre , com reserva obrigatória para os seguintes contactos: 210027150 ou cultura@inatel.pt . Os lugares estão sujeitos à limitação do espaço e as reservas serão realizadas por ordem de entrada no serviços, nos dias úteis das 9h00 às 18h00.

O espetáculo POESIA EM EUGÉNIO, promovido pela Fundação INATEL e Câmara Municipal do Fundão, consagra a vida e obra do escritor e poeta, no território que o viu nascer. Com encenação e direção artística de Rui Sérgio esta elegia ao Poeta integra a leitura do Manifesto pela Poesia – “Matéria de Sonhos”, um inédito do escritor Fernando Paulouro Neves, que será lido pela atriz Ângela Pinto. No espetáculo participam, ainda, Pedro Górgia, Bruno Schiappa, Miguel Carvalhinho, Alcina Cerdeira, Arnandina Loureiro, Fado ao Centro, Rui Oliveira, Grupo de Teatro Histérico do Fundão, Bombos de Lavacolhos e os alunos da EB1 das Atalaias e utentes do CAS da Póvoa de Atalaka”.

19
Jan
19

Aniversário de Eugénio

Eugénio de Andrade, um dos maiores do séc. XX da poesia em língua portuguesa, faria hoje, se fosse vivo, 96 anos.

Para ler no dia de hoje: uma crónica de José Tolentino Mendonça, chamada “Menos de dois dólares”, publicada na revista Expresso a 04-01-2014 e que no último parágrafo cita o amigo Eugénio:

«A “pegada ecológica” diz muito acerca de nós: quantos recursos (e que recursos) hipotecamos para construir o que é o nosso estilo de vida, quais as necessidades que consideramos vitais e como as priorizamos, que tráfico de bens e serviços temos de colocar em funcionamento para realizar o nosso sonho (ou a nossa ilusão) de bem-estar. Os indicadores coincidem no seguinte: as sociedades avançadas geram uma inflação permanente de necessidades, indiferentes aos desequilíbrios que causam, e que são, em grande medida, não só de sustentabilidade ambiental mas de sustentabilidade espiritual. A verdade é que cada um de nós traz vazios por preencher, carências e interrogações submersas, desejos calcados que procura compensar de forma mais imediata. Não é propriamente de coisas que precisamos mas, à falta de melhor, condescendemos. À falta desse amor que nem sempre conseguimos, desse caminho mais aberto e solitário que evitamos percorrer, à falta dessa reconciliação connosco mesmo e com os outros que continuamente adiamos… O consumo desenfreado não é outra coisa que uma bolsa de compensações. As coisas que se adquirem são, obviamente, mais do que coisas: são promessas que nos acenam, são protestos impotentes por uma existência que não nos satisfaz, são ficções do nosso teatro interno. Os centros comerciais apresentam-se como pequenos paraísos, indolores e instantâneos. Infelizmente, de curtíssima duração também. Li há dias, e impressionou-me muito, que, quando Gandhi morreu, os bens materiais que deixou valiam menos de dois dólares. Voltei a ler para verificar se me tinha enganado: menos de dois dólares. Os bens espirituais e civis que legou ao futuro tinham, porém, uma dimensão incalculável. O que nos enfraquece não é, de facto, a escassez, mas a sobreabundância; não é a indagação, mas o ruído de mil respostas fáceis que conflituam; não é a frugalidade, mas sim o desperdício. O que nos enfraquece é não termos escutado até ao fim o que está por detrás da fome e da sede, da nossa urgência e da nossa fadiga, do atordoamento, dos medos ou da abstenção. Há aquela cena do filme de Steven Spielberg “A Lista de Schindler”. O ator Liam Neeson representa o papel do industrial alemão que salvou a vida a mais de mil judeus. Na cena final, os resgatados oferecem-lhe expressando a sua gratidão, uma aliança com uma frase do Talmude: “Aquele que salva uma vida, salva o mundo inteiro”. E a resposta de Oskar Schindler é inesquecível: “Podia ter feito mais. Não sei, eu… Podia ter salvo mais. Desperdicei tanto dinheiro com futilidades. Não fazes ideia. Se soubesses… Não fiz o suficiente. Este carro… Porque fiquei eu com ele? Alguém o teria comprado. Terial salvo dez pessoas, mais dez pessoas. Este alfinete! Duas pessoas! É de ouro. Podia ter salvo mais duas pessoas. Por isto… eu poderia ter salvo mais pessoas… e não o fiz”. Estamos condenados a uma dor assim? Mas há finais felizes. Lembro-me dos meses que antecederam a partida do poeta Eugénio de Andrade. Ele ficou internado longo tempo no hospital de Santo António, no Porto. Nessa altura, passei por lá algumas vezes a visitá-lo e só me recordo de ouvi-lo pedir uma coisa: que lhe trouxessem duas maçãs. Não para comer, obviamente, mas para ficar a olhá-las da cama, para sentir a cor, a textura, o perfume, para distinguir a sua forma no silêncio, para amá-las como se ama uma pintura de Cézanne. Acho que duas maçãs custam menos de dois dólares, não é verdade?»

04
Out
17

O Sal da Língua sugere… As Mães, por Rui Oliveira

O Sal da Língua sugere, no dia de hoje, o poema “As mães”, do nosso querido Eugénio, dito por Rui Oliveira (https://www.youtube.com/watch?v=CwpETIdqDLk).

“(…) elas estão em toda a parte onde nasça o sol: em Cória ou Catânia, em Mistras ou Santa Clara del Cobre, em Varchts ou Beni Mellal, porque elas são as Mães.

O olhar esperto ou sonolento, o corpo feito um espeto ou mal podendo com as carnes, elas são as Mães. A tua, a minha, se não tivera morrido tão cedo, sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento.(…) Com mãos friáveis teceram a rede dos nossos sonhos, alimentaram-se com a luz coada pela obscuridade dos seus lenços. Provavelmente estão aí desde a primeira estrela. E o que elas duram!(…)

Elas são as mães, ignorantes da morte mas certas da sua ressurreição.”

 

02
Jul
15

O Sal da Língua sugere… Festival Silêncio 2015

O Sal da Língua sugere, para estes dias que se avizinham (2 a 5 de julho), uma visita, várias visitas ou, se possível for, a permanência no Festival Silêncio 2015. O Festival Silêncio, com palco no Cais do Sodré (eixo da Rua de São Paulo), é a celebração da palavra enquanto unidade criativa, veículo do pensamento e da criação. Durante quatro dias, o Festival Silêncio oferece à cidade de Lisboa uma programação pensada em conjunto com uma diversidade de artistas, produtores, entidades de criação, estruturas de divulgação e instituições de carácter social e cultural locais, nacionais e internacionais. O Festival Silêncio é a festa da palavra dita, escrita, pensada, encenada, cantada, musicada, filmada e ilustrada. É um convite à cidade de Lisboa, é de todos e para todos.
Mais informações aqui: http://festivalsilencio.com/

FestivalSilencio_site

16
Mar
15

O Sal da Língua sugere… Eugénio na Casa Fernando Pessoa

Num seu artigo de 28 de janeiro de 2015, o blogue da Casa Fernando Pessoa (http://mundopessoa.blogs.sapo.pt/) fala de Eugénio de Andrade e permite conhecer as obras na Biblioteca da Casa Fernando Pessoa em que Eugénio de Andrade é seleccionador, organizador, tradutor, prefaciador e posfaciador (ver as figuras abaixo).

Imagem1

Imagem2

O conteúdo desse artigo encontra-se aqui:

“Em Janeiro olhamos Eugénio de Andrade e descobrimos o catálogo da Biblioteca. Eugénio de Andrade é o pseudónimo de José Fontinhas, nascido em 1923, na Póvoa da Atalaia (Fundão) e falecido a 13 de Junho de 2005 no Porto. A sua infância é vivida na Beira Baixa, em espaço rural onde a natureza marca o seu quotidiano. A sua infância é igualmente marcada por uma mãe atenta à sua formação, em particular na área das letras. Mais tarde vive em Lisboa e Coimbra, mas será no Porto que encontrará pouso. Para além de uma vida dedicada à escrita, profissionalmente foi funcionário superior dos Serviços Médico-Sociais.
Ao longo da vida vê a sua obra literária ser reconhecida com a atribuição de muitos e variados prémios, nacionais e internacionais: Prémio Pen Clube, 2002 (Os Sulcos da Sede); Prémio D. Dinis, em 1987; Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 1989; Prémio Vida Literária da APE, em 2000; Prémio Camões, em 2001; Prémio APCA (Brasil, 1991), Prémio Europeu de Poesia da Comunidade de Varchatz (República da Sérvia, 1996), Prémio Celso Emilio Ferreiro (Espanha, 2001). Autor multifacetado, Eugénio de Andrade é poeta, prosador, tradutor, prefaciador e posfaciador. É também autor de Antologia de Poemas portugueses para a Juventude (Edições ASA, 2002). Como tradutor trabalha variados autores nomeadamente os espanhóis Federico García Lorca e Antonio Buero Vallejo, os gregos Safo, Yannis Ritsos, o francês René Char e o argentino Jorge Luís Borges, bem como das Cartas Portuguesas atribuídas a Mariana Alcoforado. (…) Da obra do poeta, destaca-se a colecção Obras de Eugénio de Andrade (uma edição Limiar), bem representada na biblioteca da Casa Fernando Pessoa. Esta colecção encontra-se dividida em três partes: poesia, prosa e recriação poética. As duas primeiras partes são da sua autoria, a terceira é formada por traduções (recriações) da obra de terceiros. As suas obras estão traduzidas em várias línguas: alemão, búlgaro, catalão, checo, espanhol, chinês, francês, inglês e neerlandês. Conheça as obras do autor que estão traduzidas e existem na Biblioteca da Casa Fernando Pessoa aqui.
Eugénio de Andrade publicou mais de 30 títulos de poesia, três títulos de prosa, dois títulos a pensar nos mais pequenos, 10 antologias e mais de 70 traduções, em livros e publicações periódicas tanto portuguesas como estrangeiras. Os 200 registos, que na base de dados desta biblioteca existem, mostram bem a actividade intensa que desenvolveu. Conheça a presença do autor na Biblioteca da Casa Fernando Pessoa aqui.”

Pesquisa de Teresa Monteiro (Biblioteca da Casa Fernando Pessoa)

27
Set
13

O Sal da Língua sugere…António Ramos Rosa para sempre

O Sal da Língua celebra a poesia de António Ramos Rosa, um dos grandes poetas em língua portuguesa que nos deixou, esta semana, aos 88 anos.

“Na poesia de Eugénio de Andrade há a busca de um reino perdido, que tanto pode ser a infância ou o amor ou a realidade originária, que tantas vezes se consubstancia na terra.” António Ramos Rosa

Aqui fica o “Poema de um funcionário cansado”, até sempre António!

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto só.

09
Ago
13

O Sal da Língua sugere… Urbano para sempre

Hoje, dia 9, um grande homem das palavras partiu – Urbano Tavares Rodrigues. O Sal da Língua presta homenagem ao escritor, ao cidadão, ao lutador de princípios, ao humanista, à pessoa grande e generosa que era.

A propósito de Eugénio de Andrade, Urbano Tavares Rodrigues disse (Fonte: Artigo “Dez cartas e um postal para Eugénio”, Jornal DN, 19 de janeiro de 2005):

[a poesia de Eugénio de Andrade] «mobilou horas de tristeza e desalento com o seu ardor suave, a sua aspiração à unidade, à perfeição»

«Li, um a um, todos os seus livros, os muitos que me ofereceu e os que adquiri, e sempre nas suas obras encontrei a beleza das coisas essenciais, a união do sagrado e do profano, uma sensualização permanente do mundo e da vida e as ideias decantadas numa nua e nova claridade. E bem assim a atenção a todos os elementos, ao fogo da existência, aos rios da noite, às vibrações cúmplices da pele e da terra. Na sua poesia achei o absoluto no mistério decifrado de uma folha de árvore, num raio de sol, num olhar subitamente universal, na eterna procura da mãe, na abertura ao infinitamento pequeno que resume o cosmos. A sua poesia, Eugénio, tem essa difícil simplicidade que só se obtém com o domínio de todos os materiais líricos (…)».

790459

 

20
Abr
13

O Sal da Língua sugere…A Hora da Estrela

O Sal da Língua sugere uma visita à exposição A Hora da Estrela, sobre a escritora Clarice Lispector, que está patente na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até junho. Com curadoria de Júlia Peregrino e Ferreira Gullar, a exposição está integrada nas comemorações do Ano do Brasil em Portugal e assinala os 35 anos sobre a morte de Clarice, trazendo-nos um conjunto de textos, fotografias e documentos pessoais da escritora. Associada à exposição a Gulbenkian organiza ainda uma agenda de atividades, com oficinas literárias para famílias, conversas sobre Lispector com escritores portugueses, como Lídia Jorge e Ana Vidigal, entre outras atividades.

Para saber mais… aqui.

Deixo uma imagem de Lispector e um poema de Carmen Silva Presotto, em homenagem à escritora, trazidos diretamente do espaço irmão Vidráguas.

clarice_lispector

Lendo Clarice Lispector…

Debruço-me nas letras
abismo do som, para que
uma palavra viva…
… deixo-me, toda, no instante

mergulho no espaço,
novamente, busco o presente
este tempo que sente e
por isso se recente no quando

venho dizer do acontecido, quando
todo acontecer é elo ao que apenas
em mim se entristece por desacontecer.

Carmen Silvia Presotto

27
Jun
12

O Sal da Língua sugere… Festival Silêncio

O Sal da Língua sugere, para os próximos dias, uma ida ou várias ao Festival Silêncio,que decorrerá na cidade de Lisboa de 26 de Junho a 1 de Julho. O Festival Silêncio apresenta-se como tendo o objectivo de “devolver o poder à palavra cruzando-a com as diferentes artes e sublinhando o papel vital desta na criação artística. A palavra inscreve-se na vida da cidade pela mão de escritores, artistas plásticos, encenadores, músicos, actores, cineastas que exploram essa íntima relação com a linguagem. Seja qual for o seu modus operandi, é através da palavra que grandes nomes da cena literária e artística irão partilhar com o público a sua própria visão do mundo.” Este Festival é, assim, uma celebração  da poesia e da escrita, dando espaço ao silêncio, à reflexão e à palavra. O Festival será palco de espectáculos, cinema, leituras e conversas.

No campo da poesia destacam-se os seguintes eventos: No dia 27 de Junho a conversa “Onde o silêncio mora”, em que dois poetas da novíssima geração, Margarida Vale de Gato e Miguel-Manso, falarão sobre a sua poesia numa conversa moderada pela jornalista, e uma das dinamizadoras da tertúlia Avenida dos Poemas, Raquel Marinho. No dia 30 de Junho os poetas João Luís Barreto Guimarães e Maria do Rosário Pedreira discorrerão sobre a sua arte poética numa conversa com moderação do poeta e crítico literário Eduardo Pitta. Também no dia 30 a jornalista Anabela Mota Ribeiro, o poeta e ensaísta Nuno Júdice e o realizador Miguel Gonçalves Mendes conversarão sobre a dimensão poética na vida e obra de José Saramago. Para além das conversas sobre poesia destacam-se ainda os projectos musicais poéticos, como “Os Poetas”, de Rodrigo Leão e Gabriel Gomes, que tem um único álbum editado em 1997 (Os Poetas – Entre Nós e as Palavras), o “Neurotycon”, dos Pop Dell”Arte, onde revisitam várias referências (de Homero a William Gibson) e o concerto especial de Mão Morta, de forte componente spoken word, revisitando a sua obra mas também a poesia de Al Berto.

 

07
Abr
12

O Sal da Língua sugere…sempre Poesia e por isso Florbela

O Sal da Língua sugere uma ida ao cinema para ver o filme Florbela, que já está nas salas um pouco por todo o país e que retrata uma das fases da vida da poetisa Florbela Espanca, um dos nomes incontornáveis da poesia portuguesa do século XX. A actriz Dalila Carmo entrega-se de corpo e alma para nos dar um retrato conseguido de uma época, de um enquadramento político e social, mas sobretudo de uma mulher – Florbela – desajustada perante as várias realidades de que fazia parte – o casamento, o amor às pessoas que a rodeavam, a família, o Alentejo, Portugal. O filme tem algumas fraquezas mas é uma homenagem à vida de Florbela e através da sua vida, mostrada no ecrã, somos conduzidos inevitavelmente ao mais fundo da sua poesia.

 

“Eu sou a que no mundo anda perdida

Eu sou a que na vida não tem norte

Sou a irmã do Sonho, e desta sorte

Sou a crucificada… a dolorida…

 

Sombra de névoa ténue e esvaecida,

E que o destino, amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida!

 

Sou aquela que passa e ninguém vê

Sou a que chamam triste sem o ser…

Sou a que chora sem saber porquê…

 

Sou talvez a visão que Alguém sonhou…

Alguém que veio ao mundo pra me ver

E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca

 




"Poupar o coração é permitir à morte coroar-se de alegria." Eugénio de Andrade
Maio 2024
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“Sobre Eugénio sobra-me em emoção e lágrimas o que escasseia em palavras. Não há claridade que te descreva, meu querido Eugénio. És o meu poeta de ontem e de sempre. Mantinha um desejo secreto de te conhecer um dia, passar uma tarde contigo de manta nas pernas a afagar os gatos que tanto amavas. Em silêncio, sim, pois sempre foi em silêncio que me disseste tudo ao longo destes anos todos em que devorei as tuas palavras. Tu não poupaste o coração e por isso viverás sempre. Não há morte que resista a isso.” Raquel Agra (13/06/2005)

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