O Sal da Língua comemora a nova edição com ilustrações de Cristina Valadas do livro para crianças do Eugénio de Andrade “História da Égua Branca”. Esta é uma edição da Assírio & Alvim que já está disponível nas livrarias e que será, com certeza, uma boa prenda de natal. O livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 3.º ano de escolaridade e conta a história de um camponês, de seu nome Cristóvão, que possui uma belíssima égua branca. Quando envelhece deseja legá-la em testamento a um dos seus três filhos não sabendo, porém, qual deles o mais merecedor desse tesouro que é por todos eles cobiçado. Para tomar uma decisão decide colocar os três à prova, entregando aos cuidados temporários de cada um deles a preciosa égua branca.
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O Sal da Língua sugere o espectáculo de marionetas “A Ilha Desconhecida” de José Saramago, concebido e interpretado pelo marionetista francês Brice Coupey, considerado um dos melhores actores manipuladores de marioneta de luva francesa.
A peça estará em cena no Teatro Viriato, em Viseu, hoje e amanhã, pelas 15 Horas e 21.30 Horas, respectivamente.
Em seguida, O Conto da Ilha Desconhecida será apresentado no Theatro Circo, em Braga, para representações nos dias 21 e 22 de Março, pelas 11 e 15 Horas.
Uma oportunidade diferente de viver Saramago através das palavras para miúdos e graúdos!
Velho, velho, velho
Velho, velho, velho
chegou o Inverno.
Vem de sobretudo,
vem de cachecol,
o chão por onde passa
parece um lençol.
Esqueceu as luvas
perto do fogão,
quando as procurou,
roubara-as o cão.
Com medo do frio,
encostou-se a nós:
dai-lhe café quente,
senão perde a voz.
Velho, velho, velho
chegou o Inverno.
In: Aquela Nuvem e Outras (1986)
Adivinha
Não é galo nem galão,
nem padre nem sacristão:
é um animal esquisito,
entre peru e pavão,
tem barbas ruivas de milho,
tem olhos de crocodilo,
rabo de rato ou de cão,
ão ão ão!
In: Aquela Nuvem e Outras (1986)
Um, dois, três
O Sal da Língua deseja a todos Um Feliz Dia da Criança!
Um, dois, três.
lá vai outra vez
o gato maltês
a correr atrás
da franga pedrês,
talvez a mordesse
apenas no pé,
o sítio ao certo
não sei bem qual é
(quatro, cinco, seis),
ou só lhe arranhasse
a ponta da crista,
e talvez nem isso,
seria só susto,
ou nem sequer mesmo
foi susto nenhum:
sete, oito, nove,
para dez falta um.
Gatos
Gato dos quintais Gato dos portões, Gato dos quartéis Gato das pensões. Vêm da Índia, da Pérsia, De Ninive, Alexandria. Vêm do lado da noite, Do oiro e rosa do dia. Gato das duquesas, Gato das meninas, Gato das viúvas, Gato das ruínas. Gatos e gatos e gatos. Arre, que já estamos fartos! Um bom domingo para todas as crianças!!! Para este Natal: www.unicef.pt
A rosa e o mar
Eu gostaria ainda de falar da rosa brava e do mar. A rosa é tão delicada, o mar tão impetuoso, que não sei como os juntar e convidar para um chá na casa breve do poema. O melhor é não falar: sorrir-lhes só da janela. Deixo hoje um poema do livro infantil de Eugénio de Andrade, "Aquela nuvem e outras", a assinalar no Sal da Língua o dia 1 de Junho, o dia da Criança!
A formiga
Sete palmos, sete metros,
anda a formiga por dia
(sete palmos a correr,
sete metros devagar),
só para lamber o mel
que lentamente escorria
quer da boca quer do pão,
quer dos dedos do Miguel.
Não quero, não
Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.
Quero um cavalo só meu,
seja baio ou alazão,
sentir o vento na cara,
sentir a rédea na mão.
Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.
Não quero muito do mundo:
quero saber-lhe a razão,
sentir-me dono de mim,
ao resto dizer que não.
Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.
Canção de Leonoreta
Borboleta, borboleta,
flor do ar,
onde vais, que me não levas?
Onde vais tu, Leonoreta?
Vou ao rio, e tenho pressa,
não te ponhas no caminho.
Vou ver o jacarandá,
que já deve estar florido.
Leonoreta, Leonoreta,
que me não levas contigo.