Archive for the 'PARA CRIANÇAS' Category

22
Nov
13

O Sal da Língua comemora… uma nova edição ilustrada para “A História da Égua Branca”

O Sal da Língua comemora a nova edição com ilustrações de Cristina Valadas do livro para crianças do Eugénio de Andrade “História da Égua Branca”. Esta é uma edição da Assírio & Alvim que já está disponível nas livrarias e que será, com certeza, uma boa prenda de natal. O livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 3.º ano de escolaridade e conta a história de um camponês, de seu nome Cristóvão, que possui uma belíssima égua branca. Quando envelhece deseja legá-la em testamento a um dos seus três filhos não sabendo, porém, qual deles o mais merecedor desse tesouro que é por todos eles cobiçado. Para tomar uma decisão decide colocar os três à prova, entregando aos cuidados temporários de cada um deles a preciosa égua branca.1

16
Mar
12

O Sal da Língua sugere…A Ilha Desconhecida de José Saramago

O Sal da Língua sugere o espectáculo de marionetas “A Ilha Desconhecida” de José Saramago, concebido e interpretado pelo marionetista francês Brice Coupey, considerado um dos melhores actores manipuladores de marioneta de luva francesa.

O conto A Ilha Desconhecida, de José Saramago, é transportado para o palco apenas por um actor central que, com o auxílio de objectos simples, se desdobra nas múltiplas personalidades, duas delas, as principais, representadas por marionetas, manipuladas ao vivo. Brice Coupey dá voz a esse conto de Saramago, expresso nas páginas que o autor português escreveu com a simplicidade e acutilância a que habituou os seus leitores, mantendo em aberto o convite à procura dos desejos mais profundos de cada um, mesmo quando estes empurram o homem a procurar uma ilha desconhecida, que todos dizem não existir. Um desafio actual, um combate diário!

A peça estará em cena no Teatro Viriato, em Viseu, hoje e amanhã, pelas 15 Horas e 21.30 Horas, respectivamente.

Em seguida, O Conto da Ilha Desconhecida será apresentado no Theatro Circo, em Braga, para representações nos dias 21 e 22 de Março, pelas 11 e 15 Horas.

Uma oportunidade diferente de viver Saramago através das palavras para miúdos e graúdos!

04
Dez
11

Velho, velho, velho

Velho, velho, velho

chegou o Inverno.

 

Vem de sobretudo,

vem de cachecol,

o chão por onde passa

parece um lençol.

 

Esqueceu as luvas

perto do fogão,

quando as procurou,

roubara-as o cão.

 

Com medo do frio,

encostou-se a nós:

dai-lhe café quente,

senão perde a voz.

 

Velho, velho, velho

chegou o Inverno.


In: Aquela Nuvem e Outras (1986)

06
Fev
11

Adivinha

Não é galo nem galão,

nem padre nem sacristão:

é um animal esquisito,

entre peru e pavão,

tem barbas ruivas de milho,

tem olhos de crocodilo,

rabo de rato ou de cão,

ão  ão  ão!

In: Aquela Nuvem e Outras (1986)

01
Jun
10

Um, dois, três

O Sal da Língua deseja a todos Um Feliz Dia da Criança!

Um, dois, três.

lá vai outra vez

o gato maltês

a correr atrás

da franga pedrês,

talvez a mordesse

apenas no pé,

o sítio ao certo

não sei bem qual é

(quatro, cinco, seis),

ou só lhe arranhasse

a ponta da crista,

e talvez nem isso,

seria só susto,

ou nem sequer mesmo

foi susto nenhum:

sete, oito, nove,

para dez falta um.

15
Nov
09

Gatos

Gato dos quintais
Gato dos portões,
Gato dos quartéis
Gato das pensões.

Vêm da Índia, da Pérsia,
De Ninive, Alexandria.
Vêm do lado da noite,
Do oiro e rosa do dia.

Gato das duquesas,
Gato das meninas,
Gato das viúvas,
Gato das ruínas.

Gatos e gatos e gatos.
Arre, que já estamos fartos!

Um bom domingo para todas as crianças!!!
Para este Natal: www.unicef.pt
01
Jun
09

A rosa e o mar

Eu gostaria ainda de falar
da rosa brava e do mar.
A rosa é tão delicada,
o mar tão impetuoso,
que não sei como os juntar
e convidar para um chá
na casa breve do poema.
O melhor é não falar:
sorrir-lhes só da janela.

Deixo hoje um poema do livro infantil de Eugénio de Andrade, "Aquela nuvem e outras", a assinalar no Sal da Língua o dia 1 de Junho, o dia da Criança!
23
Abr
09

A formiga

Sete palmos, sete metros,

anda a formiga por dia

(sete palmos a correr,

sete metros devagar),

só para lamber o mel

que lentamente escorria

quer da boca quer do pão,

quer dos dedos do Miguel.

 

Eugénio de Andrade por Graça Martins

Eugénio de Andrade por Graça Martins

12
Mar
09

Não quero, não

Não quero, não quero, não,

ser soldado nem capitão.

 

Quero um cavalo só meu,

seja baio ou alazão,

sentir o vento na cara,

sentir a rédea na mão.

 

Não quero, não quero, não,

ser soldado nem capitão.

 

Não quero muito do mundo:

quero saber-lhe a razão,

sentir-me dono de mim,

ao resto dizer que não.

 

Não quero, não quero, não,

ser soldado nem capitão.

06
Nov
08

Canção de Leonoreta

Borboleta, borboleta,

flor do ar,

onde vais, que me não levas?

Onde vais tu, Leonoreta?

 

Vou ao rio, e tenho pressa,

não te ponhas no caminho.

Vou ver o jacarandá,

que já deve estar florido.

 

Leonoreta, Leonoreta,

que me não levas contigo.




"Poupar o coração é permitir à morte coroar-se de alegria." Eugénio de Andrade
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“Sobre Eugénio sobra-me em emoção e lágrimas o que escasseia em palavras. Não há claridade que te descreva, meu querido Eugénio. És o meu poeta de ontem e de sempre. Mantinha um desejo secreto de te conhecer um dia, passar uma tarde contigo de manta nas pernas a afagar os gatos que tanto amavas. Em silêncio, sim, pois sempre foi em silêncio que me disseste tudo ao longo destes anos todos em que devorei as tuas palavras. Tu não poupaste o coração e por isso viverás sempre. Não há morte que resista a isso.” Raquel Agra (13/06/2005)

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