Posts Tagged ‘Júlio Resende

16
Dez
13

6 anos de Sal da Língua

O Sal da Língua comemora seis anos. Comecei esta aventura  no dia 14 de dezembro de 2007 e nunca mais parei. Com maior ou menor frequência a proposta mantém-se: divulgar a poesia e prosa do poeta português Eugénio de Andrade. Agradeço as mais de 80000 visitas ao longo destes anos e conto com vocês para celebrarmos as palavras de Eugénio e de outros poetas e escritores que tanto enriquecem o nosso património enquanto país. Agradeço também à Biblioteca Municipal do Porto por ter incluído o Sal da Língua na Biblioteca Digital sobre o poeta e agradeço ao blogue/editora Vidráguas, o irmão brasileiro do Sal da Língua, que deu todo o apoio à divulgação do poeta do outro lado do Atlântico.

Em jeito de celebração, aqui fica um retrato de Eugénio de Andrade pintado pelo seu grande amigo e poeta das cores Júlio Resende. Já publiquei alguns dos textos que Eugénio dedicou ao amigo Resende, um dos quais no dia 25 de setembro de 2011 com o título “Resende nosso contemporâneo”.

Um abraço a todos,

Raquel

Eugénio de Andrade por Júlio Resende

Eugénio de Andrade por Júlio Resende

 

25
Set
11

Resende, nosso contemporâneo

Creio que me não é possível, nesta altura, falar de Júlio Resende senão autobiograficamente. Venho de sair de uma clínica onde desci ao inferno do corpo, e o regresso foi lento, e mais lento teria sido sem a ajuda dos amigos. Mas à medida que os olhos se deixavam atravessar pela luz, cada fibra do mais humano tecido da vida aspirava a perpetuar-se. Tudo existia com uma intensidade gloriosa; o contorno de cada coisa – jarra, livro, nuvem – era de uma energia e concisão caligráficas; os primeiros caldos, onde a cor fulva da cenoura me fascinava, o primeiro pão com manteiga, parecia-me saboreá-los verdadeiramente pela primeira vez; e aquela música, a valsa d’O Cavaleiro da Rosa (“Comigo, comigo, nenhuma noite será longa para ti”), que vinha de captar no radiozito portátil, de repente caía-me em cima, arrastava-me na assumpção de uma beleza excessiva, quase insuportável. Mas também o gesto mais simples, uma festa na mão, o toque de carinho no nariz, que tanto podia vir de um amigo como de um clínico que, chamado de urgência, me via pela primeira vez, tudo isso era um prazer novo que, às golfadas, me devolvia à vida.

Sempre escolhera os amigos pela gentileza, e ali estavam os sinais: a presença penetrante dos lilazes, cuja simplicidade e fragância vinha dos pátios caiados do sul; o vermelhão das rosas, a trazer-me à memória um soneto de Shakespeare, provavelmente escrito para o conde de Southampton, e cujo retrato, num medalhão antigo, iria encontrar num catálogo do Fitzwilliam Museum, presente doutro amigo. Mas este albúm ia trazer-me um prazer inesperado, o de poder contemplar a reprodução da Chávena Branca e Colher de Fantin-Latour. Olhava a cor leitosa da porcelana, tão semelhante à dos lírios que, na jarra, enchiam o quarto de brilhos surdos, pintada com o pudor e a sabedoria dos mestres holandeses do séc. XVI, e era como se o tempo se imobilizasse, até os olhos cumprirem a sua tarefa: dar corpo e alma àquela forma humilde, que parecia não ter outro sentido que estar ali para a levarmos à boca. Às vezes, os pequenos mestres estão destinados a dar-nos alegrias inultrapassáveis. Vou por certo escandalizar muita gente: eu não trocava esta chávena com a colherita de prata pousada no pires pelo grande retrato de Rubens (Cabeça de Homem com Barba) que o mesmo catálogo reproduz, e que reconheço ser uma das mais belas cabeças (com barba ou sem ela) do mestre flamengo.

Entre os presentes que os amigos trouxeram encontravam-se dois catálogos das últimas exposições de Resende. E a minha atenção, ao folheá-los, foi para a reprodução de um quadro recente, exposto com obras anteriores, Saldos. Quando era jovem, Braque dizia: “Amo a regra que corrige a emoção”; mas quando, passados anos, a mão lhe foi secando, virou a fórmula para “Amo a emoção que corrige a regra”. É este último aforismo que me ocorre em presença das actuais telas do meu amigo. Diante desta pintura, tão etérea e musical, tão solta e juvenil, tão confiante e desprendida, interrogo-me como é possível, depois de setenta anos, pintar desta maneira. As ideias, aqui, vão-se apagando; é o instinto que guia a mão, educada por anos e anos de trabalho paciente e calado. Fazer, fazer seja o que for, não largar os pincéis, não abandonar a esferográfica, trabalhar com o coração ou com a inteligência, ou preferentemente com ambos, mas trabalhar, escavar dentro de si, como aconselhava Marco Aurélio, fazer coisas com essa energia que nos sobe pelos pés quando pisamos terra estreme, ou entra pelos olhos quando os molhamos na espuma das pequenas vagas, que nem vagas são, mas ondas levíssimas, empurradas pelo sopro dos nossos lábios; fazer com o corpo todo essa melodia que sobe, sobe e se transforma em nuvem, e outra nuvem ainda, qual delas a mais branca, a mais azul; ou no grito convulsivo dos pavões, buscando um pouco de água fresca para a nossa testa febril, pois como diz Yeats:

Todas as coisas tombam e são construídas de novo

E os que as constroem outra vez são felizes.

E aqui está Resende – aos setenta anos voltou a gostar de cores pueris: amarelos-damasco, verdes-ameixa, rosas de rapariga impúbere; espalha-as pela tela num abandono que não é negligência, numa alegria de quem sabe, como Nietzsche, que o que é bom é leve. O contorno vai-se anulando na luz, e nesses trapos expostos em montras, ou pousados nos ombros de quem as contempla, não saberemos nunca quem está dentro ou está fora, porque não há dentro nem fora, ou então o fora é o dentro e o dentro é o fora – às vezes, as figuras cansam-se de representar sempre o mesmo papel e então trocam: “Agora vais tu lá para dentro fazer de bailarina”, diz o manequim à mulher que passou horas a contemplar a noiva de braços erguidos, como se dissesse adeus à sua própria juventude. Pintar é descobrir esta alegria, esta liberdade. As telas de Resende são agora portas abertas por onde entra o tempo mais inocente. O tempo e os gatos. Eles passaram a manhã de domingo em cima do telhado, a cumprir uma lei que alguns têm por divina: crescei e multiplicai-vos. Eram oito machos e uma só fêmea. E não perdem tempo: durante a manhã inteira, apenas com brevíssimos intervalos para se lamber, ela consentiu que os oito gatos, um a um, lhe fossem saltando para cima, os dentes cravados no cachaço, metida no seu canto, sem esboçar sequer um gesto de fuga, a messalina. Agora estão ali no jardim, a menina tentando abraçá-los todos ao mesmo tempo; impossível; mas vai acariciando os que estão mais próximos, e está feliz. Tenho pena que o Resende não tenha conhecido o meu persa azul. Tê-lo-ia levado para o seu quadro, e a menina certamente o escolheria entre todos para amar. “É um poema”, disse dele um amigo meu. É certo, mas um poema que ninguém, nem mesmo Baudelaire, seria capaz de escrever, porque uma perfeição assim não poderia sair das mãos de nenhum homem.

Resende e eu somos contemporâneos. Não sei se ele tem orgulho nisso – eu tenho, e gosto desta contemporaneidade, que compartilho com mais três ou quatro amigos que dividiram comigo alguns dos seus dias: o Carlos de Oliveira, o Eduardo Lourenço, a Maria Agustina, o Jorge de Sena, o Mário Cesariny. Um bom pedaço do nosso tempo português vai-lhes pertencer, ninguém tenha dúvidas. Alguns deles são sôfregos, outros são mais comedidos, não pretendem na sua sede esgotar as fontes. Resende é dos que se afastam da bica para outros beberem. Ele sabe, como eu, que o mundo tem criaturas em puro estado de graça: antes de mais as crianças, os animais, as árvores. Eu fico-me por aqui, mas ele é mais generoso: gosta de alguns pobres-diabos que o demónio pôs à prova – os pastores do Alentejo, os vagabundos do Porto, os pescadores da Póvoa. Eu já nem por esses dou um vintém, mas ele pinta-os com imensa piedade. Reparai nessa velha sentada no jardim, enquanto as crianças correm atrás dos pombos ou ao desafio com os cães. Uma delas debruça-se no lago e a pobre mulher estremece. Mas já passou o perigo, já a rapariguita se levanta, depois de ter contemplado o rosto nas águas tranquilas do verão, e se junta às outras, numa correria que só terminará ao anoitecer, quando a mãe, regressada do trabalho, a vem chamar para casa, onde não apetece estar, e menos ainda dormir, tanto é o calor, tão grande é a solidão.

Mas não só as velhas habitam estes quadros. Num deles, Espelhos, encontrareis algumas raparigas, em trajes leves aderentes ao corpo, sem contudo deixarem adivinhar a carne jovem e palpitante. São cinco, e a única presença masculina é o gato. Nenhuma delas se preocupa com ele, estão absorvidas com o seu próprio fulgor – na verdade, irradiam uma luz de fruto silvestre. Estão contentes: sentem-se jovens, formosas, talvez amadas, ou pelo menos desejadas. Por contraste, vem-me à lembrança Les Demoiselles d’Avignon. Aqui ninguém está prestes a deixar tombar a túnica e, num relâmpago, mostrar o corpo feliz. Que faz o bicho ali, naquele lugar onde acabará por ficar sozinho, pois as raparigas não tardarão a enfiar o vestido e sair, os espelhos abandonados ao silêncio surdo da sala? Vejo uma delas atravessar um jardim, parar e contemplar os pombos, espiando pelo rabinho do olho o rapaz que, sentado num banco, fechou o livro e contempla aquele corpo sem marcas de sofrimento, ou de renúncia, ou de noites mal dormidas com amores de passagem. Ela trouxe consigo algum milho, os pombos esvoaçam rápidos a envolvê-la – é uma bela manhã de Março, as japoneiras estão carregadas de flores vermelhas. “Como os seus lábios”, pensa o rapaz. E regressa ao livro. É estranhamente um livro com linhas poucas e curtas, com muito espaço branco à roda, um enorme desperdício de papel, pois em toda a página há apenas indícios escassos de sílabas:

Longamente

em sonhos falei com Afrodite.

Justamente com Afrodite nunca esta pintura fala. Não me lembro de ter visto um nu de Resende, seja feminino ou masculino, tanto monta. Mas também as paisagens são raríssimas nele. Só a figura humana, com o seu destino às costas, lhe prende o olhar. E é raro que tal destino não seja precário ou grotesco – e não sei qual deles é mais triste. Olhai as mulheres dessa tela a que o pintor chamou Perucas, e dizei-me. Por isso nos são tão preciosos os seus instantes de alegria.

Falei desta pintura com desenfadada liberdade – rigorosamente aquela com que algumas destas telas foram pintadas.


In: À Sombra da Memória (1993)

22
Set
11

Ver e dar a ver

Ele era o que sabia sem ter ar de saber. Ao contrário de Almada, Pomar ou Lanhas, Resende deixa que o pincel ou o lápis pensem por ele. Avesso a especulações, a pintura atravessa-lhe o corpo todo: era um parente natural de Goya, que Resende, quando jovem, copiará aplicadamente no Prado, numa aprendizagem do ofício, paciente e humilde. A tal mestre será fiel toda a vida; a prová-lo aí está essa cópia, que é dos raros óleos emoldurados nas paredes de sua casa – esta casa que o Carlos Loureiro lhe fez, como fato por medida, ali no Gramido, em cima do Douro, tão discreta e oculta pelo arvoredo que não se dá por ela senão quando já nos encontramos no seu interior, e cujo estreito corredor conduz directamente ao atelier, recebendo a luz das ramagens altas do sol através da grande vidraça, que é toda a parede do fundo. Isolado do resto da casa; há mesmo ali uma escada estreita que leva a uma pequena câmara com divã e mesa de trabalho. É neste isolamento, rodeado de telas vazias encostadas à parede, e uma mais pequena no cavalete com sinais doutra aventura ter começado, e livros, discos, tintas, revistas, e os mais inesperados objectos – máscaras africanas, instrumentos musicais brasileiros, amostras de terra trazidas das viagens – que o podeis encontrar todos os dias, mesmo aos sábados, e domingos, e dias santos de guarda, a trabalhar desde que o sol rompe até quase se extinguir na vidraça. Falta-me dizer que nas paredes, além de cartazes de exposições suas, há alguns retratos: um de Picasso e mais de meia dúzia do Daniel, o seu neto, como notas musicais em crescendo. Vestindo calças de bombazina e camisola, ambas desajustadas, é uma presença discreta, de uma serenidade que os cabelos brancos acentuam, com alguma juventude ainda a refugiar-se no sorriso um nadinha irónico, um olhar que não foge nunca ao espírito inquisitivo doutro olhar. Está agora sentado numa cadeira de verga, o cachimbo acabado de acender, os olhos fixos no trabalho do cavalete; de repente levanta-se, larga o cachimbo, pega no pincel, esquece-se do tempo, sem saber de ciência certa onde é que a sua energia e o sortilégio das cores o poderão levar. Volta a sentar-se, dá uma olhadela ao quadro e, mais tranquilo, escolhe um disco; durante alguns compassos abandona-se à Viagem de Inverno. No atelier a luz é fina e doirada, como se fora Rembrandt a fazê-la. A pensar num e noutro, em Rembrandt e em Shubert, porque a ambos amava, Resende pega no bloco, na mina de carvão, e abandona-se ao que o instante tem de doçura leve e transparente, no fim de tarde daquele verão. Uma linha começa a dançar na página branca; sem qualquer hesitação, a mão segue-lhe o rasto, é agora uma figura aérea que baila, vai, vem, corre, arrasta com ela uma poeira de oiro fremente, porque, como já sabemos, era verão. Toda a energia humana se concentra naquela perseguição do tempo, ou antes, numa íntima fracção de tempo, milimetricamente calibrado. Entre aquelas paredes tudo foi perdendo sentido, a ponto de o pintor já não saber se está a sonhar ou, como no conto Borges, a ser sonhado. Porque é da irrealidade do real e da realidade da imaginação que estas linhas, traçadas por mão conhecedora, nos falam. E continuarão a falar.

Chegado aos setenta, qualquer artista já acumulou sofrimento que baste para entrar no paraíso. E mais do que isso: já teve muita ocasião de transformar o sofrimento em alegria – porque é alegria o que toda a arte nos comunica, mesmo das funduras da tristeza. “Eu quero fazer milagres”, dizia Leonardo da Vinci; e nunca fez outra coisa. Resende chegou a essa idade em que a sabedoria de confunde com a indiferença pelas coisas do mundo, atento apenas ao seu trabalho, e a palavra tem aqui uma carga explosiva: significa paixão. Paixão em exprimir essa coisa tão simples e tão exaltante: estar vivo sobre a terra, responder à luz com a luz, à cor com a cor, ao olhar com o olhar. Dizer numa simples linha o que pensam os seus olhos, é a tarefa do pintor. Louvemos, em tempo de catástrofe e de cólera, o que nos resta de limpo sobre a terra – parecem dizer-nos estes traços, estas cores – louvemos a terra e as suas criaturas. Cada artista é assim uma espécie de S. Francisco cantando, por sua conta e risco, um hino à criação. “Cantar é ser”, diz o poeta dos Sonetos a Orfeu, e ser é “expor-se, na nudez mais completa, só e sem amparo”, diz por sua vez o nosso pintor. Só e sem amparo, é verdade. E contudo, é dessa solidão que nasce esta maravilha que temos na mão: numa folha de escassos centímetros quadrados surgem dois ou três acordes cromáticos, duas ou três casas baixas, como as da minha infância, uma delas cor de rosa, a outra cor de trigo, e uma árvore de um verde mediterrâneo; à sua roda respira-se melhor, há no ar uma música subtil, ascencional, e tudo é leve, tudo é bom.

Aos setenta anos um homem começa a arrumar a casa, a limpar as gavetas, a rasgar apontamentos, a queimar fotografias que beijava em horas juvenis. Surpreendi o meu amigo numa dessas tarefas; confesso que não é divertido. De um massacre mais recente escaparam cerca de mil desenhos. Uma parte significativa deles encontra-se aqui. São muitos anos dedicados ao ofício, a mão cega procurando iluminar as funduras da alma, ou esforçando-se, com o tempo, a esquecer o que foi aprendendo.

Já se sabe como o desenho é fundamental na obra de qualquer pintor. Klee considerava-o a pedra de toque de toda a expressão plástica, e não ignoramos a importância que Leonardo lhe atribuía. Alguns destes desenhos são coisas acabadas, sem relação nenhuma com os quadros; outros serão estudos para futuras pinturas; outros ainda são improvisações, uma maneira de a mão tactear no escuro, ou simplesmente repousar. Desenhos à pena, a lápis, a carvão, aguarelas, pastel, técnica mista, uma ou outra aguarela. Uns feitos d’après nature, outros de imaginação. A figura humana, alguns animais, uma ou outra planta, mais raramente uma paisagem – talvez neste inventário se encontrem as suas obsessões. Mas a figura humana, muito mais no seu aspecto grotesco e infeliz do que no seu esplendor, é nos desenhos, e em toda a sua obra, predominante. Curiosamente, Resende parece contrariar a ideia de Adorno, segundo a qual às obras tardias, estaria reservado o papel de representarem as catástrofes. Ele pensa-o a propósito de Beethoven, mas poderia ter invocado a pintura de Goya, de Klee, de Miró (e acrescentando outro exemplo musical, os últimos quatro Quartetos para Cordas, de Chostakovitch, que Adorno não deve ter conhecido). Em Resende passa-se o contrário: quanto mais vai envelhecendo mais vital e solar se torna a sua arte. E ao mesmo tempo mais pueril. É então que a sua pintura deixa de falar e começa a cantar. É desse modo que se defende do peso do mundo.

 

In: À Sombra da Memória (1993)

21
Set
11

O Lugar dos amigos – Júlio Resende (1917-2011)

O mestre Júlio Resende deixou-nos hoje.

O Sal da Língua presta a homenagem ao pintor, ao homem, ao mestre, ao visionário, ao amante da vida, ao grande amigo de Eugénio de Andrade.

O pintor dá agora a mão ao poeta.

Resta-nos olhar com os olhos que nos deixou, abertos sobre as cores que espraiou na tela e que contam o mundo vivo, pulsante. 

Esta semana serão publicados no Sal da Língua dois textos do poeta dirigidos ao amigo Resende.




"Poupar o coração é permitir à morte coroar-se de alegria." Eugénio de Andrade
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“Sobre Eugénio sobra-me em emoção e lágrimas o que escasseia em palavras. Não há claridade que te descreva, meu querido Eugénio. És o meu poeta de ontem e de sempre. Mantinha um desejo secreto de te conhecer um dia, passar uma tarde contigo de manta nas pernas a afagar os gatos que tanto amavas. Em silêncio, sim, pois sempre foi em silêncio que me disseste tudo ao longo destes anos todos em que devorei as tuas palavras. Tu não poupaste o coração e por isso viverás sempre. Não há morte que resista a isso.” Raquel Agra (13/06/2005)

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