“Eugénio de Andrade, o Poeta”, Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade – Fundão, pintura Isabel Nunes
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Eugénio na tela
O Sal da Língua comemora a poesia de Sophia de Mello Breyner, no mês em que se completam 10 anos desde o seu desaparecimento (no dia 2 de julho de 2004). Numa publicação passada, datada de 30 de janeiro de 2011, tinha sido publicado neste blogue um poema feito pelo Eugénio e dedicado à poetisa Sophia, aproveito para relembrar esse poema e para deixar o manuscrito em que este foi escrito, pelo próprio Eugénio. Deixo também uma fotografia de Eugénio de Andrade com a poetisa e a escritora Agustina Bessa Luís, datada dos anos 50, e uma foto de Sophia com Eugénio e vários outros escritores e poetas portugueses.
Não sei porque floriram no meu rosto
os olhos e os rostos que há em ti.
Floriram por acaso, ao sol de agosto
sem mesmo haver agosto ou sol em mim.
Não sei porque floriram: se o orvalho as queima
(Ponho as mãos nos olhos para os proteger!)
Tão estranho! florirem no meu rosto
olhos e rostos que não posso ver.
Eugénio de Andrade, Fevereiro de 1946
Ontem assinalou-se mais um ano do desaparecimento de Eugénio de Andrade, que voou com as aves há precisamente 9 anos, a 13 de junho de 2005, no mesmo dia do escritor Álvaro Cunhal. Neste dia e ano também se assinalaram os 17 anos do desaparecimento do poeta Al Berto e os 126 anos do nascimento do imenso Fernando Pessoa.
Na Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade, no Fundão, lançaram-se ontem dois livros sobre o poeta: “Eugénio de Andrade: Uma Vida Por Um Só Verso”, de António Oliveira, um investigador, doutorado em Literatura, que fez diversos estudos sobre a poesia em geral e que fez várias comunicações sobre Eugénio de Andrade, tendo inclusive publicado dois ensaios sobre o poeta, evoca a vida e poesia de Eugénio e “O Génio de Andrade”, de Arnaldo Saraiva, que reúne um conjunto de ensaios inéditos de Arnaldo Saraiva sobre o poeta nascido na Póvoa de Atalaia.
A Biblioteca Municipal do Porto, cidade onde o poeta viveu, dinamiza na data de hoje, 14 de junho, o percurso cultural “O Porto de Eugénio”, do Jardim de São Lázaro até ao Campo 24 de agosto, parando nalguns pontos para a leitura de poemas de Eugénio dedicados à cidade onde viveu por mais de 40 anos.
O Sal da Língua comemora a poesia de Vasco Graça Moura, que partiu no mês passado, aos 72 anos de idade, mas que nos deixou de herança um património riquíssimo entre o qual figura a poesia.
Nada melhor, para homenagear o poeta no Sal da Língua, que:
– uma fotografia divulgada pelo Jornal Público (edição Porto de dia 28 de abril de 2014), em que figura ao lado de outros queridos poetas portugueses: Pedro Tamen,Alberto Pimenta, Alexandre O’Neill, Miguel Torga e o nosso Eugénio de Andrade.
– um dos seus muitos poemas, lamento por diotima (In Poesia, 1963-1995, Círculo de Leitores, 2001, p. 402).
neste caso de amor desesperado?
de um copo de vinho ou de uma ravina?
o que vamos fazer amanhã
o que vamos fazer amanhã
mas o que vamos fazer amanhã
Várias vezes compilada, a obra poética [1962-2010] encontra-se disponível em dois volumes que a Quetzal publicou em Outubro de 2012 com o título de Poesia Reunida. Escrevi muito sobre ela, não me vou repetir. Graça Moura publicou ainda seis romances, dezenas de volumes de ensaio e dois de crónicas. Entre outros, traduziu Dante — A Divina Comédia entrou no património da língua portuguesa —, Petrarca, Shakespeare (os sonetos), Ronsard, Villon, Corneille, Molière, Racine, Rilke, Lorca, Enzensberger, Gottfried Benn, Seamus Heaney e Tomas Tranströmer. Foi o mais consistente opositor do Acordo Ortográfico de 1990, tema a que dedicou o ensaio Acordo Ortográfico: a Perspectiva do Desastre (2008), que publiquei neste blogue antes da sua impressão em volume. À família e, em particular, a Maria Bochicchio, apresento condolências. Até sempre, Vasco.”
6 anos de Sal da Língua
O Sal da Língua comemora seis anos. Comecei esta aventura no dia 14 de dezembro de 2007 e nunca mais parei. Com maior ou menor frequência a proposta mantém-se: divulgar a poesia e prosa do poeta português Eugénio de Andrade. Agradeço as mais de 80000 visitas ao longo destes anos e conto com vocês para celebrarmos as palavras de Eugénio e de outros poetas e escritores que tanto enriquecem o nosso património enquanto país. Agradeço também à Biblioteca Municipal do Porto por ter incluído o Sal da Língua na Biblioteca Digital sobre o poeta e agradeço ao blogue/editora Vidráguas, o irmão brasileiro do Sal da Língua, que deu todo o apoio à divulgação do poeta do outro lado do Atlântico.
Em jeito de celebração, aqui fica um retrato de Eugénio de Andrade pintado pelo seu grande amigo e poeta das cores Júlio Resende. Já publiquei alguns dos textos que Eugénio dedicou ao amigo Resende, um dos quais no dia 25 de setembro de 2011 com o título “Resende nosso contemporâneo”.
Um abraço a todos,
Raquel
Dia de sol e de risos!
O Sal da Língua deseja um dia sorridente para todos!
Sou filho de camponeses…
O Sal da Língua comemora os 32 anos do álbum do cantor Luís Cília com o nome “O Peso da Sombra – A Poesia de Eugénio de Andrade“. Neste álbum, gravado em 1979 e dedicado totalmente à poesia de Eugénio, ganham um novo espaço poemas como “Canção breve”, “Adeus” ou “O Peso da Sombra”.
O Sal da Língua saúda também o homem que acompanha o cantor, pela dedicação às causas e às artes.
Fontes: http://www.luiscilia.com/
O Verão, enfim…
Estou em vésperas de partir para o Verão, Eugénio acompanha-me a banhos e a caminhadas por cidades e serras e o Sal da Língua, esse, ficará ao vosso cuidado!
Até breve,
Raquel